Quando os pirilampos surgem, ao cair da noite, não anunciam as trevas. Quando começa a ficar escuro, as luzes saltitam, aparecem e desaparecem, mudam de sítio, povoam o espaço e, iluminando o ponto em que se encontram, marcam a distância entre a claridade do crepúsculo e o escuro por vir. Assim fazem os conceitos, pirilampos num lusco-fusco que o pensamento atravessa. Rasgam o espaço, orientando-o aqui e ali, correndo livres, à procura uns dos outros, em conivência íntima inconsciente. A filosofia tenta ligá-los, entrando ao máximo na sua luz, ampliando-a, intensificando-a, traçando os melhores trajectos para se encontrarem. Abre caminhos, descobre atalhos de um a outro conceito e dentro de cada conceito. Às vezes tece uma rede vibrante de percursos. Do homem ao animal, da indiferença à inexistência de Deus, do destino à história, ou da máquina inteligente ao pensamento, inventam-se trajectos que, no meio do tumulto do mundo, lançam um facho de luz no escuro da noite.
Trajectos Filosóficos
Quando os pirilampos surgem, ao cair da noite, não anunciam as trevas. Quando começa a ficar escuro, as luzes saltitam, aparecem e desaparecem, mudam de sítio, povoam o espaço e, iluminando o pont…
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