«Responde, pois, O Mensageiro Diferido à questão horaciana, propondo que quem à pátria foge em si mesmo se envolve, patética e fatalmente. Nesta área se encontram a motivação e a justificativa fundamentais de uma escrita. Confessa-se, ainda, com disciplinada violência, a obsessão do território, da Cultura, do Tempo das origens. […] Grávido da terra natal, o protagonista da narrativa é a Pátria de si mesmo. […] O Mensageiro Diferido, além de ser busca ontológica, é proposta ontológica. Ser é ser português. Com o sofrimento, a angústia, o fechamento que uma tal verdade provoca. Com o ressentimento e a revolta que o desencontro escreve. E com o profundo, visceral, desejo de que tudo seja diferente.»
Maria Lúcia Lepecki,
Expresso, 20 de Março de 1982
«Dos ritos solenes do amor interrompido partiu, Rui Nunes, para a realização de uma obra de arte de raras beleza e crueldade. A beleza do poema que veicula a revolta do ferido de amor, perante a inevitabilidade do desastre. A crueldade do excesso, vigiada da longínqua Escócia por um penetrante senil, olhar, à espera.
O Mensageiro Diferido: desafio, fruição, autenticidade.»
Júlio Conrado,
Diário Popular, 25 de Março de 1982