SOBRE O LIVRO:

«Que significa o riso? Que há no fundo do risível? Que descobriremos de comum entre um esgar de palhaço, um jogo de palavras, um quiproquó de vaudeville, uma requintada cena de …
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Categoria: Ensaios, Filosofia
Tradução: Miguel Serras Pereira
EAN: 9789896419585
Data de publicação: 20190922
Nº de páginas: 128
Formato: 15,3 x 23,3 cms
Acabamento: Capa Mole
Peso: 232 gramas
Descrição completa:

SOBRE O LIVRO:

«Que significa o riso? Que há no fundo do risível? Que descobriremos de comum entre um esgar de palhaço, um jogo de palavras, um quiproquó de vaudeville, uma requintada cena de comédia? Que destilação nos dará a essência, sempre a mesma, a que tantos e tão diversos produtos vão buscar, ora o seu odor indiscreto, ora o seu delicado perfume? Os maiores pensadores, desde Aristóteles, têm enfrentado este pequeno problema, que se escapa sempre aos seus esforços, desliza, foge, ressurge, desafio impertinente lançado à especulação filosófica.
O que nos desculpa, ao abordarmos por nossa vez o problema, é o facto de não visarmos encerrar numa definição a fantasia cómica. Vemos nela, antes do mais, algo de vivo. Tratá­‑la­‑emos, por muito leve que ela seja, com o respeito que devemos à vida. Limitar-nos-emos a vê-la crescer e desabrochar.»

 

SOBRE O AUTOR:

Henri Bergson nasceu em Paris a 18 de outubro de 1859, numa família com origens polacas e judaicas.
Estudou, a partir de 1877, na École normale supérieure, e doutorou-se em 1889, tornando-se professor no Collège de France.
Nesse mesmo ano, publicou uma das suas principais obras, Ensaio sobre os Dados Imediatos da Consciência. Em 1900, editou O Riso — Ensaio sobre a Significação do Cómico. Sete anos depois, A Evolução Criadora, onde articula as suas conceções sobre duração com as teorias evolucionistas de Herbert Spencer.
Em 1908, regressou a Londres, onde vivera algum tempo na infância, entrando em contacto com William James e a sua conceção de pensamento como fluxo de consciência estruturado em conceitos. Em 1914, entrou na Academia Francesa, e, em 1927, recebeu o Prémio Nobel da Literatura, que reconheceu o seu notável estilo literário e o modo como usava a metáfora e as analogias.
Em 1916, publicou Duração e Simultaneidade, obra em que discute o tempo na teoria da relatividade restrita de Einstein.
A proposta de Bergson foi fazer da filosofia uma ciência baseada na intuição, enquanto apreensão imediata da realidade por coincidência com o objeto. Assim o real poderia ser compreendido por meio de intuição da duração dos momentos temporais que formam uma unidade indivisível, já que o tempo vivido seria incompreensível para a inteligência lógica por ser qualitativo. Criticou o determinismo, afirmando a liberdade humana contra as tentativas de a reduzir a leis possíveis análogas às leis naturais. Para ele, «a duração é o progresso contínuo do presente que absorve o futuro e que se dilata avançando».
Adotou, contudo, a biologia, a fisiologia e a psicologia como bases do seu pensamento filosófico, tendo influenciado várias áreas da criação artística, como o cinema e a literatura. O próprio Proust (Bergson era casado com uma prima do autor de Em Busca do Tempo Perdido) procurou incluir na sua obra conceções de Bergson sobre a memória.
Como diplomata, Bergson participou nas discussões sobre a Primeira Guerra Mundial, procurando influenciar a decisão norte-americana no sentido de intervir no conflito.
Escreveu, já com problemas de saúde, As Duas Fontes da Moral e da Religião em 1932.
Faleceu em 1941 em Paris.

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