Organização, tradução e introdução: Ricardo Gil Soeiro
Posfácio: Anabela Mendes
As Artes do Sentido reúne seis ensaios de George Steiner.
“Narciso e Eco” foi publicado em 1981 e aborda o estatuto da criação e da crítica e o sentido do sentido, temas que o autor desenvolveria em Presenças Reais.
“Uma Leitura bem Feita” saiu em 1995 na revista Le Débat e, como o nome indica, apresenta a conceção de Steiner do que deve ser uma leitura, reconhecendo embora que todas são seletivas e parciais.
“‘A Tragédia’, Reconsiderada”, de 2004, analisa o “absolutamente trágico”.
“A Longa Vida da Metáfora” (1987) é central para o entendimento que Steiner tem do Holocausto e aborda os limites da linguagem perante uma experiência-limite como a Shoah.
“O Crepúsculo das Humanidades?” assume particular importância no atual contexto histórico e cultural.
O livro inclui ainda “Quatro Poetas: A Arte de Fernando Pessoa”, que evidencia a admiração crítica que o autor tem pela obra pessoana.
“As ideias de Steiner revelam imparcialidade, seriedade, erudição sem pedantismo e um charme sóbrio.” [The New Yorker]
“George Steiner é talvez o último humanista. O seu pensamento, não isento de paradoxos e indefinições, revela uma enorme ternura, não apenas pela nossa espécie como um todo, mas pela pessoa. Pelo milagre irrepetível de cada ser humano.” [El Cultural]
SOBRE O AUTOR:
George Steiner é considerado um herdeiro de Sócrates no século xx.
Nasceu em Paris, em 1929, partindo com a família para Nova Iorque no início dos anos 40 para escapar ao nazismo. Obteve a sua licenciatura em Letras na Universidade de Chicago em 1948. Em 1950, concluiu o mestrado na Universidade de Harvard, onde recebeu o Bell Prize in American Literature. De 1950 a 1952, foi bolseiro da Fundação Cecil Rhodes na Universidade de Oxford, onde se doutorou. Juntou-se à redação do The Economist, em Londres, sendo depois membro do Institute for Advanced Study, em Princeton. Em 1959, recebeu o prémio O. Henry Short Story. Foi professor de Inglês e Literatura Comparada na Universidade de Genebra de 1974 a 1994 e membro da Churchill College em Cambridge a partir de 1969.
Foi também professor de Literatura Comparada na Universidade de Oxford e professor de Poesia em Harvard. Colaborou na The New Yorker, no The Times Literary Supplement e no The Guardian.
Faleceu em Cambridge, em 2020.